sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Provérbios 30

Provérbios de Agur
Seguem-se aqui as palavras que Agur, filho de Jaque, dirigiu a Itiel e a Ucal:
  
Sim, eu sou o mais bruto dos seres humanos. Falta-me suficiente inteligência para poder considerar-me um homem. Não tenho cultura nem o conhecimento de Deus.
  
Quem é que jamais tendo subido ao céu pode descer de novo de lá? Quem é que alguma vez conseguiu reter os ventos na sua mão ou guardar as chuvas sob as suas vestes? Quem estabeleceu os limites da Terra? Qual é o seu nome, ou o do seu filho? Sabê-lo-ás?
  
Cada palavra de Deus é verdadeira. Ele é uma protecção real para os que nele confiam.
  
Por isso nada acrescentes à sua palavra, para que não venhas a ser repreendido e acusado de falsidade.
  
Duas coisas te pedi, ó Deus, antes de morrer: 
* Primeiro, que me afastes da falsidade e da mentira.
* Depois, que não me dês nem pobreza nem riqueza. Dá-me o bastante para as minhas necessidades. Porque se ficar rico, corro o risco de me esquecer de ti e começar a perguntar: "Mas afinal quem é Deus?" Por outro lado se vier a empobrecer, a miséria pode levar-me ao roubo e a desonrar o nome de Deus.
  
Não acuses falsamente um indivíduo perante aquele que o emprega, para que não te rogue pragas por causa dessa tua má ação.
  
Há gente capaz até de amaldiçoar o pai e a mãe! Outros há ainda que se consideram sem falhas, mas que nunca chegaram a lavar-se da sua imundície! É gente arrogante, altiva, que olha os outros sempre de sobrancelhas levantadas. Atropelam os aflitos e devoram os pobres com dentes afiados como cutelos!
  
Há três coisas, ou mesmo quatro, que nunca se fartam, que nunca dizem: "Basta"; como a sanguessuga que sempre clama: "Dá-me! Dá-me!" São elas: o inferno, a madre estéril, uma terra seca e o fogo.
  
Quem zomba do seu pai, mesmo que seja só com o olhar, ou quem despreza a obediência devida à sua mãe, acabará a vida com os olhos arrancados pelos corvos e devorado pelos abutres.
  
Estas três coisas parecem-me maravilhosas; e há até uma quarta que eu não compreendo:
* O caminho da águia no céu.
* O caminho duma serpente deslizando nas rochas.
* O caminho dum navio no alto mar e o desenvolvimento do amor entre um homem e uma moça.
E há ainda outra coisa também:
* A conduta duma mulher adúltera que depois de pecar procura recompor-se dizendo: "Mas que mal é que eu fiz?"
  
Três coisas existem, e mesmo quatro, que são capazes de transtornar toda uma nação, e que se tornam insuportáveis para toda a gente:
* Um miserável que se torna governante.
* Um doido que consegue enriquecer.
* Uma mulher desprezada quando casa.
* Uma empregada doméstica que toma o lugar da sua senhora.
  
Há quatro pequenas coisas, mas que possuem um entendimento maravilhoso: 
* As formigas - que são uns animaizinhos sem defesa mas que sabem guardar no Verão a comida para o Inverno.
* Os coelhos - animais também não muito fortes, mas que têm inteligência suficiente para construírem as suas habitações nas rochas.
* Os gafanhotos - que apesar de não terem entre si um chefe, contudo sabem voar organizados, em enxames.
* Os lagartos - que se podem apanhar com as mãos, mas que conseguem entrar até nos palácios dos grandes senhores.
  
Existem três, e até mesmo quatro criaturas que têm um porte e uma conduta admiráveis:
* O leão, o rei dos animais, que ninguém faz recuar.
* O pavão, exibindo a sua beleza.
* O bode * O chefe duma nação a quem ninguém deve resistir.
  
Se caíste na loucura de te elevares a ti próprio, ou se começaste a tramar o mal, é melhor calares-te.
  
Como o bater as natas produz manteiga, e o esmurrar do nariz provoca sangue, assim também a explosão da cólera gera disputas. 

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