Tudo é ilusão
O autor deste livro é Salomão , rei em Jerusalém, filho do rei Davi, conhecido como "O Pregador".
Na minha opinião tudo é ilusão; tudo é passageiro. O que é que uma pessoa ganha com todo o duro trabalho que tem? As gerações vão passando, umas após outras, sem que haja alteração nisso. O Sol nasce, e põe-se, mas volta sempre ao lugar onde nasceu; o vento sopra ora do sul, ora do norte, duma banda doutra, circulando na atmosfera, mas para não chegar a lugar nenhum. Os rios correm para o mar, mas este nunca chega a ficar cheio, e essa água por fim retorna aos rios, para correr novamente para o mar. Tudo é extremamente fastidioso e cansativo. Podemos ter visto e ouvido já muita coisa, mas nunca estamos satisfeitos.
A história não passa de uma mera repetição de fatos. Não há nada que seja verdadeiramente novo; já tudo foi feito ou dito anteriormente. Haverá alguma coisa que se possa indicar como sendo realmente nova? Tudo já aconteceu nos séculos passados. Nós é que não temos lembrança dessas coisas; e com as gerações futuras acontecerá o mesmo: não se recordarão do que nós fizemos.
Eu, O Pregador, fui rei de Israel, vivendo em Jerusalém; e apliquei-me a procurar entender tudo no universo. Descobri então que a sorte do ser humano, que Deus lhe destinou, não é nada boa. É tudo loucura, é tudo andar a correr atrás do vento. O que está mal não pode ser corrigido; e também não vale a pena refletir sobre como as coisas poderiam ter sido doutra forma.
Disse assim para comigo: "Afinal, sou mais instruído do que qualquer dos reis que me precederam em Jerusalém. Tenho uma melhor bagagem de sabedoria e de conhecimentos." É porque me esforcei grandemente por ser sábio, e não ignorante; no entanto dou-me conta agora de que até isto foi também como correr atrás de nada. Porque quanto maior era a minha sabedoria, maiores eram as minhas preocupações; aumentar os conhecimentos apenas traz consigo aumento de aflições.
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